HRT procura voluntários para testar remédio

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Pesquisa com a Fiocruz recruta pacientes em todo o país que têm pé diabético. Droga já tem reconhecimento de eficácia em 18 outros países.

Por ser referência no atendimento aos pacientes com pé diabético no Distrito Federal, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) foi escolhido para ser o Centro Coordenador do Estudo Nacional com o Fator de Crescimento (Heberprot®️).

Trata-se de um produto farmacológico, já autorizado e registrado em vários países, que favorece a cicatrização de úlceras em pés de pacientes com diabetes. Esta fase de pesquisa clínica no Brasil é requisito para autorização e registro da medicação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O estudo é gerenciado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Além do HRT, outros seis centros de serviços universitários e do Sistema Único de Saúde (SUS) participam do estudo.

São elas a Policlínica Piquet Carneiro – Universidade Estadual do Rio de Janeiro (RJ); Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (MG); Hospital Memorial Arthur Ramos (AL); Hospital Universitário Lauro Wanderley (PB); Instituto de Medicina Integral (PE); e Fundação Hospital Adriano Jorge – Universidade do Estado do Amazonas (AM).

“O grande objetivo do estudo é verificar o tempo de cicatrização em úlceras nos pés de pessoas com diabetes. O uso reduzirá o tempo de tratamento e de internações, geralmente prolongado e oneroso. A pesquisa é uma exigência da Anvisa como pré-requisito para aprovação de uso e fabricação no Brasil e foi iniciado no 2º semestre de 2018”, explica a endocrinologista Hermelinda Pedrosa, coordenadora e investigadora principal do estudo em âmbito local e nacional.

O produto farmacológico é um fator de crescimento epitelial que estimula a granulação, um passo importante para se atingir a cicatrização. Foi desenvolvido em Cuba, já foi aprovado e registrado em 18 países da Europa e passa pela fase de estudos clínicos no Brasil.

De acordo com Hermelinda, a Fiocruz será a instituição que receberá a transferência de tecnologia, assim como alinhado para a vacina AstraZeneca-Oxford, em que a fabricação é feita pela instituição. No entanto, para o estudo ser finalizado e o produto aprovado pela Anvisa é necessário conseguir, pelo menos, mais 44 pacientes para participar dos testes em todo o país.

A equipe do HRT faz um apelo aos pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, acima de 18 com alguma “ferida” no pé, para entrar em contato através dos telefones: (61) 2017-1700 (ramal 3423) ou (61) 99870-9090.

“Precisamos de pessoas voluntárias maiores de 18 anos, com uma úlcera (ferida) no pé, residentes no DF e com disponibilidade para vir até o HRT cerca de três vezes por semana. O medicamento deve ser utilizado por oito semanas, e até 24 aplicações”, avisa Hermelinda. “Quem tem ou já teve a complicação pé diabético sabe que o tratamento é longo e desgastante. Peço que entrem em contato conosco que daremos todo o suporte”, convida a investigadora da Fiocruz e do HRT.

Com a pandemia da covid-19 houve uma alteração no cronograma do estudo e ele acabou ficando prejudicado em todo o Brasil. Por isso é necessário recrutar os 44 pacientes para finalizar o estudo. A equipe de investigação do HRT é composta hoje por duas endocrinologistas (Flaviene Prado e Fernanda Tavares) e duas enfermeiras (Ione Batista e Janaina Martins) além da investigadora principal, Hermelinda Pedrosa.

 

Para Karina Torres, diretora do HRT, o estudo exerce um papel fundamental, pois o tratamento oportuno evita a maioria das complicações e garante a qualidade de vida aos pacientes. “O maior objetivo do projeto é prevenir e evitar lesões decorrentes da doença, dando uma melhor qualidade de vida ao nosso paciente”, avalia.

Pé diabético

As úlceras de pé diabético são uma complicação frequente em pessoas com diabetes e precedem 85% das amputações. Além disso, uma em cada três pessoas desenvolve problemas nos pés ao longo da vida.

As úlceras se complicam por infecção nos tecidos mais profundos e ossos – osteomielite – ou por má circulação – doença arterial periférica e resulta em tempo longo de tratamento ambulatorial e internação hospitalar. Como consequência, um elevado custo para o sistema de saúde.

*com informações da Agência Brasília.

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