Brasília conhece as políticas culturais do México

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Em visita técnica, funcionários da Secec foram conferir o que a Cidade do México fez para promover a capital internacionalmente

Com o intuito de exercer, com excelência, o título de Capital Ibero-americana das Culturas (CIC) 2022, Brasília, representada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), realizou, entre os dias 9 e 12 de fevereiro, visita técnica à Cidade do México, que recebeu a honraria em 2021.

Para conhecer as atividades executadas e as políticas culturais desenvolvidas, a pasta enviou à capital mexicana o subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural, João Moro, e a assessora para Assuntos Internacionais, Sâmea Andrade – responsáveis, juntamente com o Escritório de Assuntos Internacionais (EAI) do DF, pela candidatura de Brasília ao prêmio oferecido anualmente pela União das Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI).

Oportunidade para Brasília

O pontapé inicial para os trabalhos da CIC 2022 é a reabertura do antigo Espaço Funarte, agora batizado de Eixo Cultural Ibero-americano, com a exposição Maravilhas do México, na Galeria Fayga Ostrower, com inauguração prevista para o próximo dia 23. Em parceria com a Embaixada do México, a exposição vai trazer ao público brasiliense obras de Frida Kahlo e Diego Rivera, entre outros temas do país norte-americano, com curadoria de Lee Soares.

“Ser Capital Ibero-americana das Culturas em 2022 é a oportunidade perfeita para que Brasília possa estreitar os laços com as cidades latinas que nos cercam. É conhecer suas histórias, implementar melhores práticas e nada melhor que começar esse projeto com uma exposição mexicana, apresentando a arte do nosso país irmão”, diz o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

Outros eventos e atividades estão previstos ao longo do ano, com o apoio do Comitê Curatorial do projeto CIC 2022, formado no final de 2021 por outras secretarias e órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) e em parceria com o Escritório de Assuntos Internacionais do DF.

Aprendizados históricos

Com uma agenda repleta de reuniões e visitas técnicas a espaços estratégicos, que incluiu ida ao sítio arqueológico de Teotihuacan – patrimônio cultural tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) – os servidores da Secec estiveram acompanhados todo o tempo pelos membros da área internacional da Secretaria de Cultura da Cidade do México (Secult), Otto Becerril, Raquel Portillo, Aidee Santillán e Michelle Arpero.

O subsecretário e a assessora reuniram-se com diversos representantes da Secult: o responsável pelo projeto da CIC 2021, Jesús Galindo Calderón; o coordenador de Promoção e Difusão Cultural, Roberto Cruz Guerrero Torres; o diretor do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, Jorge Muciño Arias; o gestor da Rede de Museus, José María Espinasa Yllades; a chefe da Coordenação de Assuntos Internacionais do Governo da Cidade do México, Mariana Flores; e ainda com Gabriela Anguiano e Marcela Jiménez, a gestora e a coordenadora de atividades de economia criativa do espaço cultural El Rule, um dos quatro administrados pela secretaria.

Fazem parte também da estrutura da Secult oito museus, oito Faros (Fábricas de Artes e Ofícios) – focados em oficinas profissionalizantes – e, ainda, 228 Pilares (Pontos de Inovação, Liberdade, Artes, Educação e Saberes), locais de encontro para o exercício da cidadania espalhados por todas as regiões da cidade, uma parceria com as secretarias de Educação e de Esportes, que promovem cursos gratuitos nas três áreas, atendendo a população de todas as idades.

“Viemos aprender sobre o que a Cidade do México fez para promover a capital internacionalmente e acabamos trazendo uma porção de ideias para implementar no DF como um todo”, explicou o subsecretário João Moro.

Desafios mexicanos

Aliada estratégica no projeto apresentado pela Secec durante a candidatura de Brasília a CIC 2022, a Cidade do México foi duramente afetada pela pandemia da covid-19 no ano passado. A maior parte das atividades foi realizada virtualmente por meio da plataforma digital Capital Cultural em Nossa Casa, que reúne conteúdos diversos das mais variadas linguagens artísticas.

Somente no segundo semestre, ancorada na campanha da vacinação, a cidade mexicana conseguiu executar algumas das ações planejadas no âmbito da CIC 2021: as Festas das Culturas Indígenas, a Feira do Livro e a celebração dos 200 anos da Independência Mexicana, que contou com grupos de dança tradicionais, rituais noturnos e simulação da entrada do Exército Trigarante na Praça do Zócalo, ponto turístico que abriga o Palácio Nacional, o Museu do Templo Maior e a Catedral Metropolitana da Cidade do México.

O grande legado da Secretaria de Cultura da capital mexicana no âmbito da CIC 2021 foi a plataforma digital que, para além de abrigar diversas atividades artísticas virtuais, possibilita a cooperação com outras cidades ibero-americanas, com o compartilhamento de conteúdos digitais.

“Esperamos poder dar continuidade a esse formato híbrido, que democratiza e difunde a arte e a cultura realizadas na Cidade do México”, aposta Jesús Galindo Calderón, diretor-geral do Instituto de Defesa dos Direitos Culturais.

Atuação do Escritório de Assuntos Internacionais

A filiação de Brasília na União das Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI) e em outras redes de cidades fica a cargo do Escritório de Assuntos Internacionais (EAI) do DF, chefiado por Renata Zuquim, que teve desempenho determinante no processo de candidatura da cidade ao prêmio, bem como no desenvolvimento das atividades previstas para 2022.

O trabalho desenvolvido junto às redes não somente possibilita ao GDF identificar chaves de gestão, como também configura-se como uma oportunidade para dar visibilidade às boas práticas locais, durante a realização dos fóruns, reuniões e ações promovidas por elas, posicionando Brasília no cenário internacional.

“O intercâmbio de experiências com outras cidades, as chamadas de financiamento de projetos e a participação em editais de premiações internacionais constantemente expõem o melhor de Brasília, fortalecendo a imagem da capital”, afirma a chefe do Escritório. “O maior objetivo para este ano é, por meio da valorização da nossa identidade ibero-americana, mostrar o lugar da capital federal no mundo”, conclui.

*com informações da Agência Brasília.

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